Veja 10 passos para estudar para concursos públicos
Conheça as dificuldades e desafios para quem se prepara para concurso.
A grande maioria dos concurseiros quer saber: como estudar de forma eficiente
tantos conteúdos diferentes e, muitas vezes, desconhecidos? A partir de
perguntas enviadas por internautas, selecionamos as principais dificuldades e
preparamos um passo a passo para você estudar para um concurso público. As
orientações abaixo levam em conta o estudo antecipado das disciplicinas. Caso o
candidato esteja estudando para um edital já publicado, será necessário adequar
as sugestões ao tempo disponível até a prova.
Esta coluna foi elaborada a partir de perguntas enviadas pelos
internautas Leandro Silva, Luis Abreu e Karyne Papadimitriou.
1º PASSO: Como preparar um plano de estudo
Ter clareza de
quais são os horários de estudo – e quais não são – permite uma redução do nível
de cobrança sofrido pelo candidato. Isso pode ser feito a partir da elaboração
de um quadro mensal com as atividades obrigatórias que a pessoa tem a cada dia
(trabalho, aulas e outros afazeres). Importante anotar ali feriados e
compromissos eventuais já assumidos, para que fique evidente qual é o tempo
disponível para o estudo.
A partir daí, considerando o tempo que será dedicado ao estudo, o candidato
poderá distribuir as disciplinas, buscando colocar todas a cada semana ou, no
máximo, a cada quinzena - para que nenhuma fique muito tempo sem ser vista -,
lembrando de deixar intervalos a cada hora e meia ou duas horas de estudo.
Mas o quadro de estudo é um norteador, um ideal a se buscar. Não há motivo
para desânimo caso algo saia do controle – isso é natural, afinal, a vida é
dinâmica. De toda forma, o objetivo é sempre tentar cumprir da melhor forma
possível a meta estabelecida.
2º PASSO: Quando aumentar (ou reduzir) o tempo de
estudo
Um dos benefícios do quadro de horários é o candidato saber
que o tempo de estudo tem hora de acabar, ou seja, é uma meta finita. Isso
facilita o comprometimento.
Mas há situações em que o candidato está motivado e percebe que teria
condições de estudar por mais tempo do que o estabelecido. Se isso acontecer
regularmente, talvez seja o momento de aumentar um pouco o período de estudo no
quadro de horários (desde que não comprometa horário de sono ou outros
compromissos).
O inverso também pode acontecer: o candidato estabeleceu determinada duração
para o estudo, mas observa que não consegue render ao final do período. Se isso
acontecer regularmente, talvez seja melhor alterar o quadro de horários,
reduzindo o tempo de estudo até ter reais condições de aumentá-lo novamente.
Isso evitará a sensação de frustração por não cumprir a meta, que pode ter
resultados desastrosos no longo prazo.
3º PASSO: Como vencer preguiça, cansaço, inércia e começar a estudar
O desejo de conquistar uma vida melhor já deveria ser o suficiente,
mas sabemos que as coisas nem sempre funcionam assim. Além disso, muitas vezes o
concurseiro trabalha o dia todo e precisa reunir forças para iniciar um segundo
turno de atividade (estudar).
Ter uma meta estabelecida para o dia ajuda bastante - como um atleta que já
sabe qual será o treino do dia. Para isso, a planilha de treinos é essencial e,
no caso, dos concursos públicos, estamos falando do quadro de estudos com
horários e matérias, que comentamos no “1º Passo”. É mais simples cumprir algo
já definido do que decidir na hora, quando outros fatores podem interferir
desfavoravelmente.
Assim, é preciso dar cada pequeno passo, um de cada vez, e evitar as
distrações do caminho: acordar na hora combinada e fazer apenas o que for
preciso para iniciar os estudos (alimentação, banho, troca de roupa). Para quem
ainda não criou o ritmo, ligar computador ou TV antes do estudo é um risco
enorme - o que o candidato imaginava serem apenas alguns minutos de pesquisa ou
relaxamento tende a se prolongar indefinidamente e um período inteiro de estudo
poderá ser perdido. O mesmo acontece para quem estuda à noite, após o
trabalho.
Mas a preparação para concurso é similar à preparação de um atleta. O ritmo é
construído com o tempo e com a continuidade. Ainda assim, há períodos em que o
candidato está mais comprometido e outros em que fatores diversos interferem no
cumprimento do plano. O importante é seguir sempre, em maior ou menor ritmo.
4º PASSO: Como manter o interesse durante os estudos
Quase todo candidato tem aquelas matérias preferidas – as que ele
mais sabe - e as “odiadas” – aquelas que considera mais difíceis. O curioso é
que, mesmo sabendo que a prova cobrará todas elas, o candidato termina estudando
mais as que mais sabe e deixando para trás as outras. O plano de estudo ajuda a
corrigir essa tendência e até a invertê-la: o ideal é dedicar mais tempo ao que
menos se sabe.
Outro fator é que o cérebro obedece aos comandos recebidos, sem questionar.
Então, é mais produtivo olhar para todas as matérias como passaportes para a
vaga, sem carimbá-las com a marca da rejeição, que será captada pelo cérebro e
só tornará tudo mais difícil.
O estudo dinâmico ajuda a superar as distrações e, para isso, a resolução de
exercícios – com consulta – logo após a leitura da teoria faz com que o
candidato compreenda melhor os conteúdos, perceba detalhes e inicie a fixação,
tudo de forma natural.
5º PASSO: Como não esquecer o que já foi estudado
Quando
o candidato chega ao fim de uma matéria – lembrando que sugerimos o estudo de
todas as disciplinas do grupo, de forma paralela – deve voltar ao início
sucessivas vezes, até a aprovação. Essa repetição levará à memorização
definitiva dos conteúdos.
Mas, a cada retorno o procedimento deve ser modificado, a fim de manter o
interesse e aprofundar o conhecimento. Assim, se na primeira vez o candidato
apenas leu a teoria e fez exercícios didáticos de cada ponto, na segunda vez
poderá repetir o procedimento anterior (teoria + exercícios) acrescentando a
elaboração de fichas-resumo.
Essa é a etapa mais trabalhosa do estudo, mas é essencial, porque além de
permitir a organização das informações já conhecidas, produz material valioso
para revisões futuras.
6º PASSO: Como preparar o material para revisões
Depois
que o candidato já tem alguma noção do conteúdo da disciplina, é possível
sublinhar as informações mais importantes e, a partir daí, preparar
fichas-resumo. A idéia é criar quadros, esquemas e itens que permitam ao
candidato lembrar com facilidade a teoria estudada. Exceções e casos especiais
devem ser ressaltados, bem como detalhes importantes, que ajudem na solução das
questões de prova.
Todas as fichas devem ter o título da matéria e ser numeradas. Cada ficha
deve ter o subtítulo do assunto. As informações devem ser colocadas de forma
organizada, privilegiando o aspecto visual. O uso de cores diferentes é
interessante, para ressaltar informações similares, mas é importante não poluir
demais. Por exemplo: conteúdo básico em azul, exceções em vermelho, detalhes
complementares a lápis. É prudente deixar espaço para inclusões futuras de novas
informações, como veremos no “7º Passo”.
Vale lembrar que a proposta da ficha-resumo é bem diferente dos tradicionais
resumos. Não se utilizam textos corridos, pontuações nem palavras que não sejam
essenciais ao entendimento. A função da ficha é ajudar o candidato a lembrar
informações que ele já conhece e, para isso, bastam palavras-chave.
7º PASSO: Como saber se é preciso aprofundar mais nos
estudos
Muitas vezes o candidato acha que sabe bem toda a teoria,
mas sofre uma decepção quando vai fazer a prova do seu concurso. Isso porque não
verificou o nível de profundidade exigido e não se preparou adequadamente.
A melhor forma de aferir se a abrangência e profundidade do estudo está
suficiente é conhecer provas de concursos já realizados, para o mesmo nível de
escolaridade e, se possível, para a mesma área de concurso.
De nada adianta utilizar provas muito antigas, porque é notória a diferença
entre concursos muito antigos e os atuais em relação ao nível de complexidade
das questões. Assim, o melhor é trabalhar questões de concursos realizados há
até dois anos ou, no máximo, três.
Importante também estar atento a gabaritos que possam estar desatualizados,
em razão de alterações nas disciplinas. Informática e legislação, por exemplo,
sofrem constantes modificações, e há outras matérias que passaram por
modificações pontuais, como auditoria e contabilidade.
O candidato já pode iniciar a resolução de algumas provas anteriores na
segunda etapa de estudo, mas a prioridade naquele momento é a preparação das
fichas.
8º PASSO: O que fazer para não esquecer o conteúdo que já você
estudou
A partir do momento em que uma disciplina estiver totalmente
fichada, vai passar para a fase de manutenção - que continua até a aprovação -,
para que o conhecimento adquirido não seja perdido.
Independentemente de como estejam outras matérias, no período de estudo da
matéria já fichada o candidato deve, uma vez por mês, revisar todas as fichas. A
partir daí, em todos os períodos seguintes destinados àquela disciplina, vai
resolver provas anteriores e, desta vez, sem consulta. Após a conferência do
gabarito, retornará às fichas para reler o assunto de cada questão. Caso as
informações da ficha estejam incompletas, será necessário buscar mais uma vez a
teoria no material de apoio (livros e anotações de aula) e incluir na ficha.
Assim se garante que tudo o que já foi visto sobre aquela disciplina estará
anotado e organizado num mesmo lugar.
Além disso, todo o conteúdo da matéria passa por revisões mensais completas e
revisões pontuais a partir das provas. Dessa forma, os assuntos que costumam ser
mais cobrados serão, naturalmente, mais revisados.
9º PASSO: Como incluir novas matérias no plano de estudos
Sabemos que a preparação para concursos públicos envolve um número
razoável de matérias. Iniciar o estudo pelo grupo de disciplinas básicas permite
que o candidato dedique mais tempo a poucas matérias e aumente rapidamente o seu
conhecimento em relação àquele grupo.
Posteriormente, poderá reduzir um pouco o tempo dedicado ao grupo inicial a
fim de liberar horas de estudo para, gradativamente, incluir outras disciplinas,
sem abandonar as primeiras. Esse procedimento é sucessivo, de modo que o
candidato vai passando algumas disciplinas para a fase de manutenção e
acrescentando novas, até ter condições de estudar todo o conjunto necessário,
que pode chegar a até 20 matérias, simultaneamente.
10º PASSO: Observe os pontos fracos e corrija a
estratégia
Qualquer projeto de médio/longo prazo exige ajustes de
estratégia durante o percurso e não seria diferente na preparação para concurso
público. Tal providência deve ser adotada durante todo o tempo. A cada mês o
candidato deve traçar novas metas, e preparar novo quadro de horários, com base
na observação de seu desempenho no mês anterior.
Nesse aspecto, reprovações – tão comuns no caminho dos concurseiros – não
devem ser vistas como fracassos, mas também devem funcionar como uma
oportunidade para o candidato rever suas estratégias e ajustar a preparação.
Afinal, depois de conquistada a vaga, ninguém mais se lembrará de quantas
batalhas foram travadas; apenas da vitória final!
Bons estudos!
Equipe UNICON